Ela não era infinitamente bela, mas possuía uma beleza incomum, que era só dela. Durante toda a noite ela pouco disse, parecia perdida em devaneios. Seu olhar era desinteressado, mas cortês. Nada nela era particularmente atraente, mas ao mesmo tempo era impossível deixar de percebê-la. Ela se beneficiava de uma solidão perfeita que só a presença de uma multidão pode proporcionar. Ela era um enigma.
Ele fixou o olhar no rosto dela. Começou a pensar sobre quem era ela. Ficou curioso sobre o que a fazia pensar tanto. Ela estaria triste eu simplesmente era indiferente? Tudo o que ela deixou de falar os seus olhos pareciam se encarregar de dizer. Ele teve certeza que não era tristeza, e muito menos indiferença, ela estava intrigada. Então, ele percebeu que os olhos dela sustentavam os dele.
Ela se levantou e começou a caminhar na direção em que ele se encontrava. Os mínimos gestos dela eram cheios de poesia contida. Ele mal podia respirar ao vê-la se aproximar. Eram tantos os pensamentos em sua mente que no fim ele não conseguia focar em nenhum deles. Ela parou a alguns passos dele, e sorriu. Naquele instante tudo parecia perfeito. Sobre a superfície, tudo nela era perfeito. Tão perfeito que ele teve medo de se aproximar mais. A perfeição assusta!
Um comentário:
Impressionante. Realmente, parece Orgulho e Preconceito revisitado...
Muito bom. Dois parágrafos de perfeita descrição. Gostei muito
Postar um comentário