Quando as cigarras cantam eu lembro do silêncio da minha infância. Naqueles fins de tarde com céu cor de laranja, quando eu me sentava no muro de casa e esperava a chegada do azul profundo da noite. A gente toda passava pela rua enquanto o céu ainda estava colorido, mas no instante em que as cores do dia morriam e o azul da noite nascia, a rua ficava vazia e tudo o que se ouvia era o canto das cigarras. Eu fechava os meus olhos e escutava os zumbidos até que eles se calassem. Aquele canto me acalentava até a chegada do silêncio da noite. E enfim, quando a noite chegava, eu me deitava perto da janela e ouvia o silêncio na brisa, nas folhas das árvores e nas ondas do mar quebrando ao longe...
2 comentários:
Linda e tocante poesia!
Amei :D
Bjos
Feliz que tenha gostado! Eu voltei no tempo vendo o sol se por aqui em casa um dia desses... inspiração instantânea!!!
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