sábado, 27 de novembro de 2010

Meaningless

 Ontem eu vi o novo filme do Woody Allen, You Will Meet a Tall Dark Stranger vulgo Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos. O título aqui no Brasil estragou um pouco o charme sutil da metáfora por trás do filme, sempre acho que quem reescreve os nomes dos filmes para o cinema brasileiro nunca sabe do que se trata, mas esse é um tipo de indignação perene, sempre será um ponto interrogação cheio de exclamações pra mim que sempre acompanho o lançamento dos filmes em seu idioma original. Enfim, recomendo sem ressalvas, mas como sou fã de carteirinha dos filmes do Woody isso pode ser um pouco suspeito, nem sempre todos se agradam com as minhas sugestões.

Uma das coisas que eu mais gosto nos filmes do Woody Allen é que apesar dos filmes sempre surpreenderem, você sempre reconhece o estilo Woodyniano. Cada piada, cada diálogo, cada cena dramática é nova, mas sempre penso "Isso é tão Woody!". Desde a abertura do filme até os créditos finais, todos os filmes são iguais. A trilha sonora é sempre característica, a construção dos personagens, a ironia, o sentimento, tudo isso é canônico nos filmes do Woody, e mesmo já tendo assistido mais de uma dezena dos filmes dele, eu não consigo deixar de achá-lo genial! Pois esses filmes são do tipo que você precisa assimilar aos poucos, eu literalmente fico relembrando de cenas e falas durante semanas, e no fim eu acabo sempre com uma risada diante da ironia da vida.

O filme abre com a célebre frase de Shakespeare “Life is … full of sound and fury, signifying nothing.” O que quer dizer mais ou menos isso: A vida é cheia de som e fúria, mas no fim isso não significa nada. Nenhuma verdade poderia ser mais clara, definitivamente life is meaningless, mas mesmo assim vivemos da mesma forma irônica todos os dias, seguimos por nossos caminhos lutando contra o acaso numa busca incessante por significado. Acho que é a natureza do ser humano buscar respostas para todas as perguntas de sua insignificante existência, o mais irônico disso tudo é que na maioria da vezes buscamos respostas para perguntas que sequer tomamos consciência, é tudo uma eterna busca pelo nada. 

Se estou falando do filme eu do que eu acho, eu não sei mais. A única coisa que eu tenho certeza é que devemos aproveitar a vida ao máximo enquanto pudermos.  E como no fim todo o som e fúria não vai significar nada, por que não fazer papel de boba, de inconsequente, de impulsiva? Hoje eu não tenho absolutamente nada a perder. Eu me pergunto: O que todos nós temos a perder? Medo? Sim, eu tenho medo de sofrer, medo de tomar as decisões erradas, medo de um monte de coisas, medo de tanta coisa que já estou enjoada só de pensar, mas sem medo não existe coragem, por isso eu aconselho todos a respirar fundo e por um segundo esquecer o medo e se jogar nessa vida insignificante, e tentar espremer dela toda e qualquer felicidade que puder conseguir. Bom domingo a todos!