terça-feira, 25 de outubro de 2011

Poesia passageira - No. 11

kkkkkkkkkSÓ 
kkkkkkkkk
kkkkkkkkkEu não consigo só sorrir
kkkkkkkkkpor isso eu choro
kkkkkkkkkeu prefiro chorar a sorrir
kkkkkkkkkpois é normal
kkkkkkkkkchorar só
kkkkkkkkkem público nem tanto
kkkkkkkkksorrir em público sim
kkkkkkkkké normal
kkkkkkkkksó nem tanto
kkkkkkkkksorrir só é sinal de loucura
kkkkkkkkkchorar não
kkkkkkkkkchorar só é sinal de tristeza
kkkkkkkkkquando só
kkkkkkkkkquando ninguém me vê.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Poesia passageira - No. 10

"Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.”
A paixão segundo G.H.
Clarice Lispector

"Eu"

Eu não sou
apenas me sinto
pequena e só
num vasto mundo
onde ser
é a pura essência
de qualquer
humana existência.

Eu quero tanto
e tão pouco
de algo que não sei
ao certo como
querer
pois não sei
ainda
sequer o que é.

Eu vejo um rosto
que não é
pois não existe
senão
nos sonhos
meus sonhos
apenas.

Eu vivo livre
em versos
metrificados
de uma liberdade
poética
que é rude
mas é leve.

Eu me chamo
Enigma
sempre
indecifrável
mas se preferir
chame-me
de Pergunta
sempre
sem resposta.

domingo, 16 de outubro de 2011

As vezes faltam palavras...

Então, nos últimos dias recebemos nosso querido amigo Jota que veio fugido de Portugal se refugiar no nosso chateaux aqui no Marais. Como é de praxe proporcionamos a ele todo tipo de entretenimento que a corte francesa pode oferecer.

Uma imagem diz mais que 1000 palavras, não é?

Ok, estávamos aonde mesmo? Ah tá, não só de pão vive o homem, nesse caso carne, muita carne... Enfim, tínhamos três câmeras fotográficas em nosso poder, o meu novo Bebê, o meu bebezinho e a novíssima câmera da Julie (Juliana, Julinana, Jujubinha, Jujubex, etc), olha só o resultado...

O mais feliz no arco do triunfo.

As bonitas com cabelo esvoaçante no arco do triunfo.

Perceba que o cabelo do Jota não mexe...

Perceba...


Embaixo do arco do triunfo o Jota fez um ensaio fotográfico. Arrasou total!!!

Em seguida no Louvre...

As bonitas se perdendo... ops! Visitando o Louvre.

Jota bestificado com a grandiosidade do Louvre.

Jota tirando foto da Ju no vuco vuco da galeria da Mona Lisa.

E aí Mona?

Passeamos por outros museus e monumentos famosos. Passeamos tanto que a malinha de roupas para lavar estourou de tão cheia que estava. Vamos embora para a Rue des Rosiers! Escolhemos nossa lavanderia nessa rua badaladíssima do Marais. Olha o modelito para ir na lavanderia...

Olha só que fofo os pezinhos...

Até na lavanderia mantemos o estilo. Olha só o glamour das bonitas...


O Jota adora tirar uma foto. Cada pose é um flash!

Enquanto a roupa não ficava pronta fomos tomar um sorvetinho na Amorino.

Aceita uma flor de sorvete aí? Pétalas de pistache, uma delícia de tão linda!!!

Meia noite em Paris com sorvete é ainda melhor!

Depois de quatro dias batendo perna em museus, monumentos e ruelas do Marais, chegou a hora de dar adeus. Hoje saímos de casa de madrugada para acompanhar o Jota até o ponto do OrlyBus que iria levá-lo até o aeroporto.

Jota saindo do metrô na Place Denfert-Rochereau. E o sol nascendo lá fora...

O sol e a saudade nascendo numa manhã fria de Paris.

Outro momento memorável dessa viagem... numa manhã violeta em Paris demos um breve adeus a um grande amigo. Depois tentamos passear num parque, mas com a temperatura de 3°C foi impossível prosseguir. Pausa na Starbucks e vamos embora pra casa tirar um cochilo. A tarde vamos ver quais surpresas Paris nos reserva... Bom domingo a todos!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Poesia passageira - N.09

WANDERLUST

Meu desejo é ficar sempre com os pés no chão
desde que a terra que faz meu chão seja estrangeira
antes a terra do que eu, estrangeira para mim mesma
longe de casa e perto do sossego de não pertencer
sou a estrangeira de algum lugar por ora estrangeiro
lá longe, lá em casa, chove igual chove no além-mar
chove aqui e chove lá, sempre há água em todo lugar
o rio não tem o sal do meu mar, mas ambos tem água
por isso gosto tando daí quanto daqui, tem água e cinza
dias cinzas com sol e chuva, tem dias só de sol também
em todos os dias tem tudo igual, mas diferente, sempre
tenho lágrimas dissolvidas nas águas da chuva e do rio
eu me dissolvo para me fazer pertencer, só um pouco
de mim fica aqui e aí, lá em casa, em qualquer lugar
só um pouco, um pouco, eu não me deixo muito por aí
eu me dissolvo e chovo para molhar a minha nova terra
onde planto com muito tento as flores do meu jardim
as margaridas, jasmins, açucenas, azaleias, hortênsias
e as rosas, oferecidas em botão ou já desabrochadas.

Paris, outubro de 2011. Numa tarde cinza e dissolvida.

domingo, 9 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

De Vanessa Paradis à Croque-monsieur


Começamos nosso dia com uma seleção fantásticas de músicas da Vanessa Paradis na televisão. Nos levantamos muito cedo para fazer o passeio Parisien d'un jour. O que consiste esse passeio? É o seguinte, você entra no site e faz a inscrição dizendo qual lugar você gostaria de visitar, qual a língua que você prefere e algumas outras informações sobre sua disposição de andar por Paris. Em seguida um dos guias entra em contato por e-mail e propõe um roteiro e, se tudo estiver a seu gosto o passeio está marcado. Tudo isso de graça!!! E... com uma pessoa extremamente entusiasmada e simpática. Nosso guia foi o Alain, um senhor extremante querido que nos fez mergulhar na história de Paris enquanto (re)descobríamos as ruas de Paris.

Foto de grupo no fim do passeio... que durou 4 horas!!! Nem vimos o tempo passar.

Então, Alain passou por diversas épocas da história de Paris de acordo com os monumentos que encontrávamos. Mas na grande maioria das vezes eram construções, casas e pequenos detalhes que não são conhecidos ou valorizados. Ju e eu ficamos maravilhadas com tanta história e seria impossível retratar aqui tanta coisa. Eu figuei tão pasma que tirei meia dúzia de fotos, mas elas foram tiradas por que representam uma parte muito importante da história da França.

Um pequeno pedaço da grande muralha.
No verão de 1190 Philipe Auguste e Ricardo Coração de Leão partem juntos para a Terceira Cruzada que mobilizou também os maiores barões da França. Mas antes de partir Philipe Auguste pede aos habitantes que contribuam para a segurança da cidade com a construção de uma muralha de aproximadamente 5km, concluída em 1210. Esta muralha que protegia Paris possuía dez metros de altura e era coroada com um parapeito com ameias (cada um dos parapeitos separados regularmente por merlões na parte superior das muralhas de fortalezas e castelos) e possuía uma dúzia de portas que davam acesso a cidade.

Enfim, muita história... e estar diante de um pedacinho dessa grande história me deixou eufórica. Sou tão pequenininha num mundo tão grande e tão antigo... Esse passeio nos fez abrir olhos para uma nova Paris, rica de histórias antigas e não muito conhecidas, curiosidades e até mesmo fatos insólitos.

Para que o post não fique sem continuidade vou apenas comentar que depois do passeio ocorreu um "fato" inominável, inblogável e intuitável. Este permanecerá apenas em nossa memória, por enquanto... Algumas horas após o tal "fato" terminamos a noite nos esbaldando com um delicioso Croque-monsieur (a evolução do misto quente, fantastique!). FIN!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Estamos fora do ar... isso é tão difícil!

Por razões climáticas e de muito cansaço estamos restringindo nossas atividades a locais muito especiais em horários muito específicos.

A Dama de Ferro iluminada a noite.


Isso é tão difícil... Além disso, durante o dia estamos visitando locais mais calmos.

Liberté, galité, fraternité no Cemitério de Montparnasse.

Estamos aproveitando também para praticar nossas habilidades na câmera fotográfica.

Eu tirei foto da folhinha na árvore.

A Ju tirou uma foto minha tirando a foto da folhinha.

Isso é muuuuuuito difícil!!!

A Dama piscado pra gente...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poesia passageira - No.8


A VIDA É 
UMA MERDA

Eu, eu me arrependo
mas só do que não foi
do fato bem consumado
certo, errado, bom, ruim
eu, eu não me arrependo
guardo os momentos
na maldita memória
que nunca descansa
de não se esquecer
do que quero esquecer
eu, eu não me arrependo
de todo erro acertado
entre nós dois, três,
quem dirá um quarto?
sim, quem sabe no quarto
ou no carpê sujo da sala
dentro do guarda-roupa
embaixo da ducha quente
num dia de calor escaldante
eu, eu nunca me arrependo
eu sofro, me bato, me abato
coleciono os hematomas
como troféus do que vivi
se me perguntarem eu digo
dói, você sofre, machuca
enlouquece, quase se mata
e ainda assim, você vive
sim, a vida é uma merda
mas é assim que se vive.

domingo, 2 de outubro de 2011

Jardim do Éden

Sim, eu estou (mais) doente. E sim, eu continuo doente! Melhorei um só pouquinho da noite de ontem pra hoje, mas me recusei a perder um domingo de sol entocada nesse apartamento (que é fantástico, mas pô!), então arrumei o sanduíche, as frutas, bastante água, um biscoitinho e todas as tralhas pra fazer um piquenique no Parc des Buttes-Chaumont.

A ideia principal foi brincar com a câmera nova e conhecer o parque, pois Juliana e eu só passamos rapidamente por lá, nesse dia estávamos cansadas. Vocês logo irão entender a magnificência desse parque. Antes uma introdução histórica tirada do meu guia de Paris:

"Por ordem de Napoleão III, este parque foi concebido em 1867, oferecendo ao nordeste da cidade uma grande área verde. O engenheiro Jean-Charles Alphand transformou as antigas pedreiras, cavando um lago e criando uma série de cachoeiras e riachos; os caminhos mergulham na vegetação mais baixa, sobem pelas rochas e emergem em terrenos mais altos."

O Ponto mais alto do parque que tem uma excelente visa de Paris.

Então, sacou qualé o lance? Meu objetivo era subir lá em cima tirando fotos aleatórias, depois descer tirando mais fotos e comer sossegada em algum canto. Vamos começar pelo começo... e no caminho tinha uma foto, tinha uma foto no meio do caminho. Seguindo o fluxo de pessoas, a inclinação do terreno, o barulho da água e as pontes suspensas cheguei aqui.

A Cachoeira.

Uhuul! Cheguei na ponte! Até aqui foi escadas...

A gente sobe e desce, depois sobe de novo. Quase lá!

Ok, o mirante estava sendo monopolizado pela "moça" e a equipe de fotografia.

Depois de uns minutos havia uma multidão de turistas e pessoas como eu, que querem absorver a beleza do mundo, esperando pela liberação do mirante. Um turista alemão se cansou e subiu de qualquer jeito e todo mundo foi atrás. Ficou complicado de se locomover com tanta gente lá, mas a vista vale a pena.

Podia ter vista mais linda? Impossível!

Enquanto estava por lá fiquei brincando com a câmera. Primeiro tentei focalizar nos detalhes no topo do domo. Depois larguei a mochila que estava me quebrando as costas e me refugiei embaixo de uma árvore. Foi aí que encontrei um bom motivo pra brincar, quase invisível de tão delicado.

Olha que bonito, eu sei mexer no zoom e no foco.

Essa não é trivial. Tirei várias fotos ótimas de vários ângulos. Amo minha Canon!

E pronto, já estou do outro lado. Em busca de um canto para descansar.

Escolhi esse canto pela sombra, nada de mais né... você verá o que eu vi daqui!

Estiquei a canga e sentei. Olhei ao redor e vi todos os outros que estavam ali como eu, famintos e fugindo do sol forte. Comi tranquila observando tudo ao redor, depois fui escrever no meu Diário. Sim, a partir do dia primeiro de outubro eu tenho um diário. Pensamentos registrados e chega a hora de brincar.

As crianças brincando no córrego. O cara a esquerda era bizarro, nem te falo.

Meus dias em Paris fizeram meu lado maternal formigar...

Esses dois foram a alegria do meu dia, os dois correndo nus e brincando.

Jardim do Éden... entendeu?

Agora começa a série de retratos. Animais, pessoas e cenas de Paris. Me diverti muito tirando algumas delas, escolhi essas por serem as melhores, mais emblemáticas ou curiosas. Divirtam-se! (Ou não.)

A clássica família francesa reunida, muita zoeira, risadas e choro de bebê.

Um casal lindo e simpático que não bateram em mim porque tirei fotos deles.

A madame de branco e seu cachorro branquíssimo. Sério, ele era muito branco!

Meu predileto, sem foco, o cachorro mais blasé do Parc des Buttes-Chaumont.

Acabo aqui! Bom fim de tarde para todos no Brasil! Aqui já é noite e tem criança que precisa ir pra cama mais cedo. Putz, ainda tem o xarope! O gosto dele é indefinível, nem tudo de ruim que já tomei de remédio no Brasil se parece com isso. Chega de choradeira... Até mais! (Ou não.)

sábado, 1 de outubro de 2011

Brinquedo novo e escadas

A Juliana mal tinha saído do território francês e eu já tinha comprado a minha câmera nova. Ela foi dar umas voltas na Finlândia e me deixou aqui sozinha, obviamente aproveitei para deitar e rolar, literalmente. Resolvi as burocracias do studio pela manhã e depois corri para a Place des Vosges que fica aqui do ladinho. Encontrei um canto de grama e fiquei brincando, deitando e rolando pra valer na grama, enquanto buscava um alvo ou um bom foco.

O foco aparecendo sutilmente, só na folhina. Estou aprendendo tá...

Nessa focalizei no alto da árvore, nas folhas lá de cima. Engatinhando...

Procurei um bom alvo, esse foi embora rápido demais para eu estudar melhor.

Já falei que moramos no sexto andar? Sem elevador! As panturrilhas agradecem.

As vezes temos que rir para não chorar, e quando você encara uma escadaria dessas só nos resta encontrar uma motivação, a nossa é uma frase que falamos em francês... acho vocês vão entender sem legenda.


Por hoje é só pessoal! Agora a noite tem um evento aqui do lado, a abertura da Nuit Blance, o lance é pancada, mas eu estou chumbada de gripe... iiiiêêêêêêiiii! Vou tentar me arrastar pra lá de noite e tirar umas boas fotos. (Lembrem-se que cada vez que eu saio quando volto subo seis andares de escadas.)