sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Meme das Antigas - Dia 31/12 – E 2011?

Quem pode saber? O início de cada ano nos presenteia com a ilusão de que [clichê mode on] daqui pra frente tudo poderá ser diferente [clichê mode off]. É quase como se todo fim de ano pudéssemos virar a última página de um livro, colocá-lo no fundo da gaveta e então iniciar uma nova história noutro livro totalmente diferente. Por pura coincidência, este será o meu 100º post. Amanhã será o dia primeiro e a partir daí começo com o post 101, um começo ilusório para um novo ano. Ilusões, apenas ilusões, mas... qual é o problema? Sinto que tudo em minha vida conspira para que eu viva num estado de constantes mudanças, mesmo que as vezes sinta uma tal resistência ao processo, no fim eu fico aliviada pelas mudanças. Engatinhar, andar, correr, cair e levantar novamente. Como uma eterna criança que nunca pára de aprender, ou como a tal da Fênix que sempre ressurge das cinzas. Essa sou eu, Renata, a renascida, a criança, a Fênix.

Por apenas um dia, o dia de hoje, vamos fazer de conta que tudo poderá ser diferente. Vamos acreditar que em 2011 tudo será diferente. Vamos acreditar que o dia primeiro será o primeiro dia da nossa maior aventura. O que foi feito em 2010, bem, está feito! Se certo ou errado, se bom ou ruim, se remediável ou definitivo, seja lá como for, agora só nos resta fazer boas escolhas em 2011. A cada suspiro deixamos de ser aquela pessoa de segundos atrás, não uma pessoa nova, mas uma pessoa renovada. Agora, vamos olhar para frente, para o futuro que se anuncia, e se for para olhar pra trás, que seja somente para lembrar dos bons momentos, porque de qualquer maneira daqueles não tão bons nós jamais iremos esquecer. São os erros que nos moldam, os acertos nos recompensam depois de tantos erros.

Eu desejo um 2011 repleto de BAGUNÇA! Eu quero uma vida cheia de pedras no meio do caminho, cheia de surpresas boas e também ruins. Quero lágrimas e risadas histéricas, quero um novo ano cheio de ilusões e desilusões, quero tudo o que eu puder ter! E é isso que desejo a todos, muita mudança, muita bagunça, que a vida de todos vire de cabeça pra baixo, porque só nesses momentos é que alcançamos a superação dos nossos limites. Se for pra doer, que doa! Se for pra ser feliz, que seja! Se for pra arriscar, que se arrisque! Se for pra viver, que viva!

Ok, ok, se você acha que tudo isso pode ser perigoso, negligente, ou quem sabe um pouco borderline, então tenha um pouco de cautela. Cautela sempre é bom, foi isso que aprendi em 2010. Mesmo desejando abraçar a vida com toda a força, devemos tomar o cuidado de não (se) machucar, de não ser descuidado ou imprudente. Não pense demais antes de agir, aja duas vezes antes de pensar de vez em quando, e sempre tome cuidado com o peso das palavras. Feliz ano novo! Feliz nova aventura em 2011!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Meme das Antigas - Dia 30/12 – Uma foto minha em 2010

Renata en la ventana
O Anderson tirou essa foto minha em Madrid. Tenho minha pequena coleção de fotos em janelas, não sei porquê, mas talvez seja por causa da luz ou o fato de que nos perdemos quando olhamos para o mundo pela vista de uma janela, ou quem sabe pela melancolia. Essa em especial foi no museu Reina Sofía depois de eu ter visto um dos meus quadros favoritos do Salvador Dalí.

Mujer en La Ventana de Salvador Dalí

Pouco pretensiosa eu... enfim, gosto de me perder nos meus pensamentos, e o mundo emoldurado por uma janela me proporciona isso. E creio que a foto me caracteriza bem nesse ano de 2010.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Meme das Antigas - Dia 29/12 – O bom de 2010 foi...

...acordar toda manhã e preparar meu café corriqueiramente, e depois tomá-lo sentada no sofá apreciando a simplicidade do ato.


 ...sair caminhando a esmo pelas ruas do meu bairro.
...observar o movimento da rua pela janela do meu quarto.
...ver o céu mudar de cor nos fins de tarde.


...escolher legumes e verduras frescas na feira, e então chegar em casa e cozinhá-los.
...escrever notas com as frases que mais gosto dos livros que estou lendo.
...passar o dia inteiro na cama lendo.
...ouvir música no metrô ou ônibus.
...olhar minha gata dormindo.


...dançar pela casa.
...conseguir decorar uma música e depois cantá-la mesmo sabendo que sou péssima nisso.
...tirar fotos dos lugares por onde passei.


...tomar uma dose de Jack ou uma taça de vinho enquanto ouço o som da chuva na janela.
...ficar enrolada numa manta vendo um filme nos poucos dias frios e chuvosos do Rio.
...viajar, tanto para Florianópolis quanto para a Europa.
...sentir o ar úmido de Florianópolis inundando os meus pulmões assim que desembarcava do avião.
...reencontrar amigos.
...comer macarrons sentada num banco de uma pracinha atrás da Notre Dame de Paris.


...sentar em qualquer um dos milhares parques de Londres e fazer um piquenique.
...pensarem que eu era francesa em Paris.
...ficar quase cega com a claridade insana do céu de Madrid.


...chegar no Rio de Janeiro exausta depois da viagem a Europa e entrar num táxi as 5h da manhã cujo rádio tocava Chopim.
...entrar numa livraria, comprar um livro, e me afundar numa poltrona e só sair de lá depois de terminar o livro.
...enfim, uma soma de pequenos e grandes prazeres.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Meme das Antigas - Dia 28/12 – O problema de 2010 foi...

...ter tempo demais para ficar sozinha comigo mesma. 

Isso é sério, esse ano tive todo tipo de crise porque no fundo eu mesma não me suportava mais. Briguei até com meu reflexo do espelho, tivemos discussões seríssimas (não, eu não sou esquizofrênica), mas no fim chegamos a um acordo, apesar da moça do espelho ainda me encher a paciência de vez em quando. Deixe-me explicar melhor, o grande problema de 2010, ou melhor, o meu grande problema em 2010 foi não me deixar em paz. Eu sou exigente comigo mesma, mas esse ano resolvi ser excentricamente exigente, eu diria até psicoticamente exigente. Teimei em retrucar, cavar, desmembrar e esmiuçar cada fibra do meu ser para tentar me conhecer melhor. Pode parecer ridículo, mas este ano descobri que não me conhecia de verdade, e por isso saí em busca de um lado desconhecido e obscuro de mim mesma. Atenção crianças, não façam isso em casa sem a supervisão de um adulto.

O que causou essa busca insana por auto conhecimento foi a quantidade de tempo que tive de sobra para ficar comigo mesma. Mesmo com a faculdade, a dissertação, a viagem para a Europa e outras milhares de viagens de fim de semana, sempre chegava o momento em que eu me encontrava sozinha me atormentando com milhares de perguntas sem resposta. O tempo passou, eu me deprimi, eu me desesperei, e até mesmo enlouqueci, mas assim como o tempo passa, os problemas também passam. Agora não tenho mais desavenças com o moça do espelho, aprendi a apreciar o silêncio da solidão e principalmente a fazer de mim mesma minha própria companhia. Mesmo assim, nem tudo são rosas, agora tenho medo é de gostar demais de ficar só. Por isso eu escrevo, para me deixar em paz, para soltar as angústias, para me livrar das ilusões e para não me sentir tão sozinha. Por isso eu vivo aqui a cantar para quem ousar ouvir, eu canto só no meu canto porque não quero mostrar meu pranto.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Meme das Antigas - 27/12 - Meu momento "Carla Perez" em 2010 foi...

Acho que até escrevo direitinho, mas cometo muitos erros, pois as vezes os pensamentos estão a 1000km/h e o raciocínio está andando de marcha ré. De um modo geral não tive muitos momentos "Carla Perez" esse ano, pelo menos não momentos de burrice de conteúdo, foi mais burrice em forma de tato mesmo. Esse ano eu tive blackouts, do tipo quando a boca fala e a cabeça não pensa, daí surgiram coisas sem pé nem cabeça, algumas das quais eu lamento até hoje e que só de lembrar tenho vontade de bater a cabeça na parede. Mas no mais, até que não sou burrinha não, só estúpida mesmo, mas só as vezes.

 

domingo, 26 de dezembro de 2010

Meme das Antigas - 26/12 - Meu momento "Paola Bracho" em 2010 foi...

Primeiro, quem diabos é Paola Bracho?



Sinto muito, eu não conhecia Paola Bracho e muito menos a novela Usurpadora. Gente, a mulher é um demônio! Mas hilária... total maldade caricata. Enfim, acredito que todos nós temos tanto potencial para o bem quanto para o mal, não existe esse lance de gente só boa ou só má. Ótimo início de conversa para quem quer se justificar de alguma coisa né? Perfeito eu diria... huahahahahahaha

Sim, eu confesso, eu tive meus momentos Paola Bracho em 2010. Momentossss, com muitas letras "s". Por mais que não acreditem, os injuriados nesse caso, as minhas maldades não foram propositais. Eu disse muita coisa que não devia, aji de maneira errada, fingi estar tudo bem quando na verdade não estava, e por medo de me magoar acabei magoando muita gente no processo. Não posso me dar ao luxo de dizer que simplesmente me arrependo, porque acredito que só podemos nos arrepender daquilo que nunca fizemos de fato, para as coisas que fizemos de errado só nos resta compreender o que se fez, arcar com as consequências e se possível consertar parte do estrago.

Essa é uma das metas para 2011 (2012 e quantos anos mais forem necessários...), concertar parte do estrago que causei em 2010, pedir desculpas pelas coisas que disse, pela minha frieza em diversos momentos, pelo meu comportamento contraditório e deixar de ser uma heartless bitch toda vez que sinto medo de perder o controle da situação. Mas enfim, queria poder pedir desculpas aqui mesmo, mas isso não seria válido, só me resta esperar que me concedam um momento oportuno. Bem, é isso ai... Creeeeedo! Xô tristeza! Vamos animar agora pois o ano está acabando, e como não sabemos como será 2011... que pelo menos o fim de 2010 seja um pouco mais feliz e coerente.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Meme das Antigas Express: Uma corrida alucinante por 2010


Essa é uma ideia do meu BFF Max Reinert (foi você quem disse, agora aguenta...), o lindo e maravilhoso teve a iniciativa de fazer um inventário de 2010 através de posts diários sobre diversas temáticas durante todo o mês de dezembro. Para se informar, olhe aqui no blog dele (que aliás, é fantástico... Te amo, meu bem!). Quando o "Meme das Antigas - um inventário de 2010" começou eu estava atolada de trabalho e não podia aderir, mas ficava acompanhando o site do Max e dos outros que apareciam no reader do Google, e sempre ficava pensando "puxa, queria tanto participar...". Enfim, estamos no Natal e este ano o meu está sendo verdadeiramente uma bênção, por isso pensei em fazer uma retrospectiva express (mesmo que os dias já tenham passado) e continuar a partir daí até o dia 31 de dezembro.

Dia 01/12 – Peraí... 2010 tá acabando?

Quando percebi que 2010 estava acabando foi no dia em que o Max postou a ideia do Meme das Antigas. Pensei: "Espera aí, como assim tá acabando?!? Ainda faltam mais de 15 dia pra dezembro?". Daí no mesmo dia fui ao shopping e já falavam de Natal... "Ui, saco! Mais uma ano que se vai...". Nessas épocas sempre lembro de quando eu tinha os meus 15 anos e ficava ansiosa porque o tempo não passava até o fim do ano, agora a gente pisca e o ano te deu uma rasteira.

Dia 02/12 – Mas 2010 ainda não acabou, ainda vou tentar...

Esse tema realmente me inspirou, pois já que havia realizado que o ano estava acabando pensei em por em prática um plano fantástico para o fim desse ano. Como eu provavelmente não poderia viajar, então eu decidi que traria mamãe para ficar comigo aqui no Rio, e que assim passaríamos um Natal e Ano Novo diferente. Deu certo! Mamãe está feliz e contente lá no sofá, de barriguinha cheia e até de pilequinho por causa do vinho. E eu estou aqui escrevendo o post. Melancolia? Que nada, é paz mesmo, nunca fui tão feliz no Natal! Tédio? Que nada! Eu podia estar sentada num sofá ouvindo as mesmas histórias de todos os anos e fazendo cara de contente na frente da família toda (isso sim é tédio), agora estou aqui ouvindo minha música tranquilamente, e aproveitando o embalo do vinho pra me aventurar nessa empreitada. Mas o que eu tentei fazer ainda esse ano foi:

- Mudar o visual; (Feito! Pintei e cortei o cabelo! Tudo num momento de fúria, mas ficou fantástico!)
- Resolver problemas burocráticos de diversas ordens; (Humm, bem, tipo assim... alguns eu até resolvi, mas está tudo um zona ainda... fazer o que?)
- Organizar mais meu tempo e me dedicar a dissertação de mestrado; (Organizei, animei, e depois desanimei, mas em 2011 tudo será diferente... assim eu espero...)

Para quem estiver pensando "Só isso?" eu digo em carioquês "Caraicaxxx, você num tem noção de como tudo isso foi difícil!" Brincadeiras a parte, minha nova filosofia é Menos é Mais.

Dia 03/12 – Meu filme preferido em 2010

Quem me conhece sabe que eu amo cinema, filmes, séries, etc. No início do ano comecei a fazer uma listagem dos filmes que estava assistindo, e também fazia uma crítica o classificando de acordo com um número de estrelas, quando a contagem passou de 50 eu parei e depois perdi a conta. Nem todo filme é bom, obviamente... cinema é meu hobby digamos assim, ou uma arte que aprecio semanalmente (em algumas épocas diariamente). Esse ano alguns dos meus filmes favoritos foram:

Comentário: Poesia em movimento! Lindo, intenso, provocante, surpreendente e verdadeiro. Pode não agradar a todos, mas é um tipo de filme que aprecio muito.

Comentário: Ca-ra-lho! Que roteiro, que trilha sonora, que fotografia, que efeitos!

Cometário: Drama, comédia, realidade? Não sei, são tantos os temas tratados no filme, e de uma maneira tão despretensiosa, que eu não sei classificar. Te faz rir e te emociona ao ponto de lágrimas. Sem clichês, sem final feliz, nem triste, só vida mesmo...

Comentário: Eu não consegui achar um outro trailer, e vendo esse o filme parece ser fofo, feliz o romântico. Nem sonhe! Não é pesado, mas retrata como a vida é na maior parte do tempo... cruel, injusta, infeliz e solitária.

Comentário: Sem mais comentários... Esse foi meu filme predileto! Só não me pergunte o porquê.

Dia 04/12 – Meu site/blog preferido em 2010

Acelerando... Site, um só? Isso não existe! A hiperatividade é aquilo que rege minha interação na internet, eu ficaria horas pensando e mais horas escrevendo. Num jogo rápido... os blog dos amigos!

Dia 05/12 – Um vídeo do YouTube em 2010

Comentário: Vídeo sobre o qual eu já falei no meu último post.

Dia 06/12 – Meu livro favorito em 2010

Ai ai, eu leio tanto quanto vejo filmes... Ok, a Trilogia Millenium, pois são mais de 1500 páginas e eu li todos os livros em 3 semanas, eu simplesmente não conseguia desgrudar deles. 

Dia 07/12 – Meu parceiro de 2010


Meu Nokia N97! Para acessar redes sociais, e-mail e principalmente ouvir música. Esse foi o meu grande companheiro de 2010.

Dia 08/12 – Meu lugar preferido em 2010



Trocadéro, Paris, França. Não somente pela Tour Eiffel (que é linda!), ou pela Cité de l'architecture du patrimoine (que é um museu fantástico!), mas apenas por um momento singelo na estação de metrô Trocadéro.

Dia 09/12 – Meu show preferido de 2010

Show, humm... Vale dvd? Se sim, nada de extraordinário... Bem, nem tudo tinha que ser fantástico né...

Dia 10/12 – Minha música favorita em 2010

Música também é algo complexo, ouço tanta música quanto leio e vejo filmes, mas se restringirmos a músicas que ouvi ou descobri em 2010 eu diria que... uma só? Tá bom...



Dia 11/12 – Minha compra de 2010

Explorando meu outro lado sensível, e uma das minhas paixões, eu comprei uma câmera fotográfica séria, mas não imponente. Um Lumix LX3 com cara de retrô e super compacta. E se Papai Noel existir de verdade ela vai chegar amanhã!



Dia 12/12 – Meu pior dia de 2010

Esse foi a ano da lavagem do roupa suja, dos exorcismos em minha vida, o ano da ressaca moral e imoral. Quando li o tema pensei em muitas coisas, o ano não foi fácil, mas acredito que o pior dia foi aquele em que eu entendi que as palavras escritas podem ser apagadas ou queimadas, mas aquelas ditas jamais se perdem e nos assombram eternamente.

Dia 13/12 – Meu melhor dia de 2010

Paris, dia 31 de julho de 2010. Por que? Para quem me conhece bem sabe o porquê, e para quem não me conhece... eu estava em Paris, meu bem!

Dia 14/12 – Em 2010 eu pela primeira vez...

... Fiz minha primeira viagem internacional. Dias fantásticos em Paris, Londres e Madrid.

Dia 15/12 – Em 2010 eu pensei em fugir para... 

...muitos lugares, e até consegui ir para alguns deles, mas no fim percebi que o meu verdadeiro refúgio é o Rio de Janeiro. Estou fugindo todos os dias...

Dia 16/12 – Em 2010 eu tentei... 

...Ser menos sentimental. Isso renderia um post inteiro, ou uma tese, ou um livro, mas não vamos perder tempo. O importante é que tentei e cheguei a conclusão de que "Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro", assim como já dizia Clarice Lispector.

Dia 17/12 – Em 2010 eu consegui...

...Ser feliz sozinha.



Dia 18/12 – Em 2010 tive inveja de...

...ninguém. Tá, pode ser extremo, mas a verdade é que não sinto muita inveja não. Estou a 15 minutos viajando na memória e pensando em alguma coisa, e nada. Se eu quiser acabar isso logo vamos ter que acelerar... vamos lá!

Dia 19/12 – Em 2010 eu quase...

...comprei uma passagem para fugir do Brasil, de vez!


Dia 20/12 – Em 2010 eu descobri que...

...a ignorância é uma bênção.

Esse tipo de coisa todo mundo sempre fala, já virou clichê, mas esse ano eu finalmente entendi. Não sei se todos vão me compreender, mas eu me sinto uma alienígena as vezes quando estou no meio das outras pessoas "normais", aquelas que conseguem ser felizes facilmente e cujos maiores problemas ou dilemas (para mim) são ridiculamente fácies de serem resolvidos. Acho que sou como Alice, eu já atravessei o espelho...


Dia 21/12 – Em 2010 eu quis matar... 

...99,9% das pessoas! Ouvi tanta merda nessas eleições que foi difícil não pensar em homicídio, sem  mais comentários...

Dia 22/12 – E o troféu vergonha alheia de 2010 vai para...


...todos aqueles que elegeram o Tiririca. Todos que digitaram o número dele dígito por dígito, e depois de verem a foto tiveram a audácia (ou ignorância) de apertar CONFIRMA. Sem noção!


Dia 23/12 – E o troféu me mata de orgulho de 2010 vai para...

...Anderson, meu amigo e companheiro de todos os dias aqui no Rio. Ele é uma pessoa fantástica e sempre o será para mim, mas esse ano eu descobri o quão especial ele é para tantas outras pessoas. E principalmente fico orgulhosa, ainda mais feliz que orgulhosa, de saber que ele está tentando ser ainda melhor do que já é, mesmo que isso comece com uma mudança interior.



Dia 24/12 – Meu momento "Eu sou Ryka" em 2010 foi...

...ficar comentando das coisas que vi na viagem a Europa como se ir para Paris fosse como ir ali na padaria da esquina. Sim, eu fui besta, eu estou besta ainda e sinto muito mas serei ainda mais besta... huahuahua

Dia 25/12 – Meu momento "Heleninha Roitman" em 2010 foi...

...carnaval? Bem, eu não lembro de muita coisa, não sei se cheguei ao nível da Helena Roitman, mas que me passei... eu sei que passei.



That's all folks! Amanhã continuo nessa retrospectiva do ano de 2010 seguindo as datas certinho. Obrigada pela paciência e [sarcasmo mode on] desculpa qualquer coisa [sarcasmo mode off].

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Descobri-me Feliz!

"Você não deve ser assim tão sentimental!"


Porque não? Eu não sou a única pessoa sentimental no mundo!

Conheça Constantin Pilavios, um grego que é produtor, diretor e roteirista de curtas e propagadas. O moço conquista  pela sensibilidade que é capaz de aquecer até os corações mais frios. Sim, eu vi isso acontecer... A seguir um vídeo dele sobre pequenos prazeres que todos nós deveríamos cultivar. Esses dias percebi o quão feliz eu sou por identificar na minha vida tantos pequenos prazeres... E então, quantos desses você cultiva? (Obviamente, o idioma falado é grego e as legendas em inglês, por isso traduzi o texto e coloquei depois do vídeo.)


Era uma vez um menino que num país muito distante. Esse menino era muito diferente de todos os outros, o seu nome era Eftichis. Tudo correu bem em sua vida até que um dia há muitos anos, um incidente o fez ver a vida com uma perspectiva diferente. E então, um grande segredo lhe foi revelado. A solução para um enigma que os humanos têm tentado resolver por séculos. Ele descobriu o sentido da vida. Ele agora sabe que a felicidade não é nada mais do que momentos, momentos pequenos e invisíveis. Como quando alguém o cobre à noite. Sonhar. Acordar com o canto de um pardal, numa cama com lençóis limpos e cheirosos ao lado de alguém que você ama. Tocar essa pessoa e sentir o seu cheiro. Sentir a água quente caindo em seu rosto. Sua casa cheirando a bolo recém-assado. Segurar uma xícara quente quando está frio lá fora. Cortar um limão de sua árvore. Sentir a brisa fresca de inverno roçando em seu rosto. Sentir-se leve e esvaziar seus pensamentos em total tranquilidade, sob a água. Continuar fazendo coisas que você fazia quando era jovem. Quando as pessoas estão correndo embaixo dos seus guarda-chuvas, ficar em pé sob a chuva. Andar descalço sobre a grama molhada. Levar um balão pra passear. Acreditar em coisas que não podem ser explicadas, que uma joaninha é um bom sinal. Não ter medo. Fazer coisas que não condizem com a sua idade. Escutar o som do mar numa conha. Sentir a terra sobre os seus pés. Pensar em nada. Ouvir alguém sussurrar um segredo no seu ouvido. Assistir ao pôr-do sol mesmo quando os outros sabem que você não consegue vê-lo.

O moço também produziu esse aqui especialmente para essa época do Natal. O que eu mais gostei nesse vídeo foi o clima de solidão, as luzinhas de natal e essa paz inexistente no mundo consumista de hoje. Imagine-se caminhando sozinho pelas ruas na madrugada do dia 26 de dezembro...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Seleção de Domingo

Para não passar em branco... e esperando que algum dia seja possível reverter o irreversível...




E a frase do dia foi: My life has no purpose, no direction, no aim, no meaning, and yet I'm happy. I can't figure it out. What am I doing right? By Charles M. Schulz

domingo, 12 de dezembro de 2010

O porquê

Saí do apartamento como se um peso imenso houvesse se abatido sobre mim. O bater da porta nas minhas costas me pareceu um som abafado, mesmo a sentindo fechar a poucos centímetros de mim, eu ouvi o som como se este tivesse vindo das profundezas de um poço. Não sei por quanto tempo permaneci imóvel amparada pela porta, creio que uns cinco minutos, esse deve ser o tempo médio que a luz do corredor permanece acesa até que não se detecte nenhuma presença. No escuro, contemplei imóvel a escuridão e pensei: "o que devo fazer?". Dei um passo e a luz se acendeu, mais seis passos em direção ao elevador a minha frente, apertei o botão e olhei o painel. Vagarosamente me virei em direção a porta. O corredor me pareceu saído de um filme de terror, uma luz amarela debilmente manchava as paredes com reflexos sinistros, os umbrais produziam sombras lúgubres nas portas, o ar gélido e úmido lembrava o de uma tumba, exceto pelo cheiro de eucalipto. Passei os olhos por cada uma das portas até aquela de onde eu havia saído. Um minuto me pareceu uma eternidade, saí pela escada de incêndio.

O cenário não melhorou muito, mas pelo menos o formato espiralado dos corredores me impulsionava para baixo. O movimento me acalmava, pois sabia que me conduzia em direção à saída, os pés mal sentiam o atrito com os degraus, uma das mãos osculava o corrimão e a outra espalmada tocava a parede oposta somente com a ponta dos dedos. Os olhos permaneciam fixos no chão e a sensação era como se eu estivesse presa numa cena que se repete infinitamente. Em poucos instantes a cadência da descida e a velocidade simulavam o efeito de voo, e quando cheguei ao fim me joguei contra a porta ao mesmo tempo que me pendurava na pesada maçaneta. Uma força violenta e magnética fez a porta se chocar contra a parede adjacente enquanto fui arremessada ao chão. Não haviam olhos para contemplar a cena, senti-me aliviada e ao mesmo tempo desamparada. Permaneci no chão na esperança de que o baque da porta metálica contra a parede pudesse atrair a atenção de alguma alma que vagava pelo corredor. Nenhum movimento, nem um eco, nenhuma luz, nenhuma aparição. Eu me levantei e caminhei para fora do prédio.

O contraste entre a escuridão do interior e a luz do dia fez meus olhos doerem. Meu corpo sentia o efeito da queda, a perna direita trepidava por causa da dor do impacto e o braço certamente exibiria um hematoma no dia seguinte. Tateei o fundo da bolsa em busca da chave do carro, e esta não me deu trabalho dessa vez. O mundo passou como um borrão até o instante em que me vi sentada atrás do volante. De repente tudo veio à tona, cada palavra, cada cena retida na memória e até mesmo o cheiro, então revivi tudo daquilo que havia se passado a poucos minutos. Jamais imaginei tal desfecho para aquele encontro, e o peso da surpresa me subjugava. Milhares de perguntas brotavam em minha mente, e nenhuma delas tinha resposta. O ar ficou rarefeito enquanto me questionava, uma angústia faminta foi tomando o meu peito e as lágrimas se precipitaram dos meus olhos. Minha garganta parecia atada, o ar não descia, nem subia. Agarrei o volante com ambas as mãos, joguei a cabeça para trás, e puxei o ar com toda a força que me restava, o peito inflou e em resposta imediata veio um grito dolorido.

Peguei uma caixa de lenços esquecida no porta luvas, e só depois que a esvaziei foi que enfim coloquei o carro em movimento. Não importava o destino, tudo o que eu precisava era me afastar do lugar onde estava, por isso me aventurei por caminhos nunca antes percorridos, mas inevitavelmente cheguei ao mar. Deixei o carro na beira de uma praia e caminhei até a beira d'água, sem forças despenquei na areia e comecei a chorar novamente. Após um tempo olhei ao redor e eis que um pôr do sol se ensaiava no horizonte. Pensei: "Isso agora é inútil, não existe beleza que apague o que me aconteceu hoje. Maldito seja! Até isso você tirou de mim!" O mar estava plácido e liso como um lençol ondulante, somente pequenas ondas quebravam aos meus pés, a brisa era fresca e salina, o céu exibia tons azulados, alaranjados e rosáceos, e uma grande bola de fogo iniciava seu lento mergulho no mar. Então, foi naquele instante que aconteceu o inevitável.

Eu estava sentada apoiada com uma das mãos no chão e a outra no peito, num átimo senti como se me afogassem, uma dor pungente cresceu embaixo daquela mão pousada no coração como se a carne se rasgasse embaixo dela, a mão se fechou em punho e a comprimi com força para que a dor parasse. De olhos fechados e dentes cerrados gemi, tombei de lado e me fechei como um caramujo em sua concha. Depois de algum minutos senti a água do mar inundando a areia e me envolvendo como um manto gelado, o coração pulsava e a dor diminuía aos poucos, mas o compasso das batidas agora era diferente. Abri os olhos e estes foram inundados pelas luz dourada do sol que se banhava no mar. O riso veio inesperado, resfolegando pela garganta até se tornar alto e histérico, e o ar inundou os meus pulmões. O peito doía entre as batidas, como se a dor marcasse o compasso, mas essa dor parecia cada vez mais familiar. Olhando as estrelas que começavam a se revelar, enfim falei em voz alta:

- É por isso que chamam de coração partido.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Le mystère du sourire

Uma vida circunscrita. Eu li isso num livro dia desses, num desses dias, num dia em que eu aleatoriamente expandia o raio da minha vida. Raio de vida! Lá estava eu sentada numa confortável poltrona, num paraíso refrigerado, rodeada de livros e boa música, ou seja, eu me encontrava numa livraria. Eu diria, A Livraria. Gosto dela porque lá ninguém me conhece e não sou obrigada a fazer cara de feliz, aliás, somente nesse lugar posso manter minha cara taciturna com o pretexto de que estou (literalmente) com o nariz enfiado num livro. Sorrir é bom, mas em demasia faz a cara doer, já reparou nisso? Por isso gosto da taciturnidade, ta-ci-tur-ni-da-de, palavra curiosa. Todos veem isso como algo triste e solitário, o que na verdade o é, mas o que ninguém pensa é que na maior parte do tempo portamos essa máscara, pois não há escolha. Olhe para as pessoas no dia a dia, por acaso elas sorriem o tempo todo? Não, todas elas parecem taciturnas, e muitas vezes não o são, mas sorrir é especial, e por isso é preciso resguardar os sorrisos.

Pode uma vida vir a ser tão circunscrita a ponto de não valer mais a pena ser vivida? Outra coisa que li no mesmo livro, nesse dia, no dia em que eu me encontrava na livraria. Eu pensava que a minha vida era ridiculamente circunscrita, pois o meu universo havia se contraído ao meu apartamento e algumas ruas ao redor dele. Raio de vida! Vida pequena, vida vazia, vida apressada, vida estressada. Mas não nesse dia, nesse dia, eu expandia o raio da minha vida, ensaiava um pequeno experimento. Cara taciturna, olhos no livro, música a toda nos fones de ouvido e pensamentos voando soltos. Nada de diferente, eu expandia o espaço da minha vida, não sua substância, apenas queria estar num lugar "estrangeiro" pra mim. Mas então, de repente, não mais que de repente, num milésimo de segundo de um instante brevíssimo, num piscar de olhos desviados da página do livro, então, eu vi um sorriso. A cara, antes taciturna, agora esboçava um grande ponto de interrogação. Curiosidade. Ela matou o gato, e provavelmente muito mais gente, e por que não eu? 

O silêncio é tão terrível quanto aquele peso que não nos deixa fugir, nos sonhos. Essa eu li num outro livro, nesse dia, no dia em que eu me surpreendi na livraria. Um sorriso surpresa. Estou sonhando ou estou desperta? A cara trepidava entre ser taciturna e alegre, por vezes deixei escapar um sorriso também, mas o que não consegui conter foram os olhos. Ah, esse olhos! Eles, os olhos, brilhavam de curiosidade. Eu digo isso porque os vi refletidos num espelho. Aquela cara embriagada, os olhos brilhando, o sorriso trepidante e a curiosidade, tudo isso me fez tomar um susto quando vi a imagem refletida. Quem é essa moça ali no espelho?! Putain, c'est moi! Então, de repente, não mais que de repente, o universo se expandiu com uma nova ideia, uma curiosidade, com o mistério do sorriso. No entanto, a expansão foi além do espaço, algo dentro do meu peito também se expandia, como uma onda borbulhante que me inundava.

O erro das pessoas é tentar entender as outras em vez de senti-las. Essa eu li nos escritos de um amigo, dias depois, dias depois daquele dia na livraria. Não pretendo narrar as desventuras da tentativa de desvendar o mistério do sorriso, pois o mistério permanece, e assim permanecerá. Leia o escrito do amigo e quem sabe entenderá o porquê. Ou não. Afinal, tentar entender é o erro. O que importa, o que mais importa, é que a vida continua circunscrita, mas com novas dimensões. Meu novo universo me permite sentir, mesmo sem entender, e eu não preciso entender. Agora, a cara é sonhadora, mas não pede nada. Os olhos, eles contemplam, mas não pedem nada. O sorriso, ele é oferecido, mas não pede para ser retribuído. Fico feliz de poder observar meu novo universo, apenas poder ver passar o mistério do sorriso. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Brevidade no. 4






Blindsided by Bon Iver






Re-encontrando a carta esquecida na caixa de memórias...
(bastaram 50 minutos)









Re-negando as palavras escritas e jamais lidas...
(bastaram 5 minutos)








Re-destruindo...
(bastaram 5 segundos)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Brevidade no. 3


Day Is Done
Nick Drake
When the day is done
Down to earth then sinks the sun
Along with everything that was lost and won
When the day is done.

When the day is done
Hope so much your race will be all run
Then you find you jumped the gun
Have to go back where you began
When the day is done.

When the night is cold
Some get by but some get old
Just to show life's not made of gold
When the night is cold.

When the bird has flown
Got no-one to call your own
Got no place to call your home
When the bird has flown.

When the game's been fought
Newspapers blow across the court
Lost matches sooner than you would have thought
Now the game's been fought.

When the part is through
Seems so very sad for you
Didn't do the things you meant to do
Now there's no time to start anew
Now the part is through.

When the day is done
Down to earth then sinks the sun
Along with everything that was lost and won
When the day is done.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Brevidade no. 2

[...]

Your heart got broken
on the underground
Go find your spirit
in the lost and found
Oh I've been watching
How you behave
Not much like a lover
More like a slave

[...]

I'm talkin' bout blue eyes, blue eyes
What's a matter, matter?
Blue eyes, blue eyes
What's a matter matter?
so blind, so blind
What's a matter, matter?
Blue eyes, blue eyes
What's the matter with...


Mika sempre me faz rir... e por mais trágica que a vida seja, um simples sorriso faz tudo vale a pena... (com muitas reticências hoje...)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Brevidade no. 1

"...o silêncio é tão terrível quanto aquele peso que não nos deixa fugir, nos sonhos."

sábado, 27 de novembro de 2010

Meaningless

 Ontem eu vi o novo filme do Woody Allen, You Will Meet a Tall Dark Stranger vulgo Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos. O título aqui no Brasil estragou um pouco o charme sutil da metáfora por trás do filme, sempre acho que quem reescreve os nomes dos filmes para o cinema brasileiro nunca sabe do que se trata, mas esse é um tipo de indignação perene, sempre será um ponto interrogação cheio de exclamações pra mim que sempre acompanho o lançamento dos filmes em seu idioma original. Enfim, recomendo sem ressalvas, mas como sou fã de carteirinha dos filmes do Woody isso pode ser um pouco suspeito, nem sempre todos se agradam com as minhas sugestões.

Uma das coisas que eu mais gosto nos filmes do Woody Allen é que apesar dos filmes sempre surpreenderem, você sempre reconhece o estilo Woodyniano. Cada piada, cada diálogo, cada cena dramática é nova, mas sempre penso "Isso é tão Woody!". Desde a abertura do filme até os créditos finais, todos os filmes são iguais. A trilha sonora é sempre característica, a construção dos personagens, a ironia, o sentimento, tudo isso é canônico nos filmes do Woody, e mesmo já tendo assistido mais de uma dezena dos filmes dele, eu não consigo deixar de achá-lo genial! Pois esses filmes são do tipo que você precisa assimilar aos poucos, eu literalmente fico relembrando de cenas e falas durante semanas, e no fim eu acabo sempre com uma risada diante da ironia da vida.

O filme abre com a célebre frase de Shakespeare “Life is … full of sound and fury, signifying nothing.” O que quer dizer mais ou menos isso: A vida é cheia de som e fúria, mas no fim isso não significa nada. Nenhuma verdade poderia ser mais clara, definitivamente life is meaningless, mas mesmo assim vivemos da mesma forma irônica todos os dias, seguimos por nossos caminhos lutando contra o acaso numa busca incessante por significado. Acho que é a natureza do ser humano buscar respostas para todas as perguntas de sua insignificante existência, o mais irônico disso tudo é que na maioria da vezes buscamos respostas para perguntas que sequer tomamos consciência, é tudo uma eterna busca pelo nada. 

Se estou falando do filme eu do que eu acho, eu não sei mais. A única coisa que eu tenho certeza é que devemos aproveitar a vida ao máximo enquanto pudermos.  E como no fim todo o som e fúria não vai significar nada, por que não fazer papel de boba, de inconsequente, de impulsiva? Hoje eu não tenho absolutamente nada a perder. Eu me pergunto: O que todos nós temos a perder? Medo? Sim, eu tenho medo de sofrer, medo de tomar as decisões erradas, medo de um monte de coisas, medo de tanta coisa que já estou enjoada só de pensar, mas sem medo não existe coragem, por isso eu aconselho todos a respirar fundo e por um segundo esquecer o medo e se jogar nessa vida insignificante, e tentar espremer dela toda e qualquer felicidade que puder conseguir. Bom domingo a todos!

Provocação

- O que você está fazendo?!?!
- Como assim? Foi você quem começou!
- Eu? Eu não fiz nada!
- Não seja hipócrita! É você quem fica aí... com esses seus olhos imensos lançando esses olhares... é difícil não perceber, sabia? É normal cair feito um patinho! Vai me dizer agora que aquele sorriso não aconteceu?!?! Que você não provocou nada disso?!?!
- Que olhares? Que sorriso? Eu estava aqui quieta no meu canto, nem pensei em nada disso... e você já começa com as suas gracinhas... Pare!
- O.K. Num ato de delírio vou imaginar que o seu olhar não disse nada, e que aquele sorriso não aconteceu. Então, por que os seus olhos continuam com esse brilho? O seu rosto não mente, sabia? Por mais que você tente eu sei que você gostou do que eu fiz. Eu sei o que você sentiu, eu sei o que você está sentindo... pare de lutar... deixe-me fazer o que eu quero!
- É sempre assim! Tudo tem que ser do jeito que você quer, nós sabemos aonde isso vai dar. E depois? Como fica o depois?
- Deixa rolar!
- Não estou afim.
- Você me cansa com esse joguinho... você provoca e depois não quer arcar com as consequências.
- Eu já disse, não fiz nada, sequer pensei em nada, só quero ficar aqui no meu canto.

[...]

- Tá bom! O que foi isso agora?!?! Eu vi o que você fez!
- Pára! O que eu fiz?
- Ahhhh! O que eu vou fazer com você, heim?
- Não sei do que você está falando.
- Já entendi, você quer, mas não quer admitir! Quer que seja ao acaso, como se a escolha não tivesse sido sua. Se você quiser eu posso te forçar... é isso que você quer? Eu vendo os teus olhos, te domino a força, te faço ficar sem razão, sem lógica nenhuma... é isso que você quer?
- Não, por favor, não faça isso... eu não quero que seja assim... o.k., eu admito, eu quero, mas não tenho certeza se posso... se consigo... agora.
- Se deixa levar... você sabe como isso é bom... lembra? A ansiedade, a surpresa, todo aquele calor, a pressão no seu peito, os suspiros trêmulos, a zonzeira, a alegria... eu sabia que você ia ceder...
- Eu sei que quero, mas não sei se vou suportar o depois.
- Não pense no depois. O depois acontece só depois, se permita sentir isso aqui e agora. Posso continuar?
- Sim, pode... mas com calma...
- Impossível ter calma, meu bem.... Eu sou o seu coração, e por mais que você esteja temerosa você está sentindo novamente. Eu estou batendo forte aqui no seu peito porque você reagiu aquele sorriso. Ele viu os seus olhos, ele viu você, ele sorriu e você não pôde se controlar. É normal... Por mais que você queira fugir, por mais que você queira esquecer, você bem lá no fundo ainda quer acreditar... Pode não ser nada, pode ser mais um engano, mais uma ilusão, mais uma desilusão, mas não lute mais contra mim, deixa-me bater mais e mais forte, mesmo que seja só hoje...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sem reticências

Nada como uma noite de insônia para clarear as ideias. Nessa madrugada acordei e perdi o sono mais uma vez (novidade). Fiquei imóvel na cama por algum tempo, apenas contemplando a escuridão. Deixei os pensamentos voarem alto até que ouvi o celular vibrar uma vez, outra vez e uma terceira vez. Daí começou o dilema: levanto ou não levanto? Pensei: se levantar posso perder o sono de vez, mas se eu ficar aqui quietinha tenho mais chance de dormir novamente. Levantei. Maldita ansiedade. De importante, duas mensagens atrasadas que chegaram só com 12h de atraso.

Ficar sem internet me deixa longe, mas isso não quer dizer que vc não continue importante pra mim.

Eu sou importante para alguém. Obrigada alguém! Nada que você já não tenha me dito algumas vezes, mas o que a gente mais quer é ser lembrado de vez em quando e sempre, não é? Mais uma vez você salvou o meu dia! Foi melhor a mensagem ter chegado naquele instante, pois somente naquela hora eu pude apreciá-la. Ou melhor, eu precisava mais dela naquele momento, de todos os meus amigos, apesar de todos os pesares, mesmo o mais distante você é o mais próximo. Me perdoe pela rabugice de todos os dias, pelo mal humor e pelas pitangas choradas. Estou aqui para o que der e vier, conte comigo!

Graças a essa mensagem fiquei pensando num bocado de coisas. Sobre como a felicidades dos outros nos afeta, por exemplo: Por que quando ouvimos que alguém está feliz acabamos ficando intimamente tristes? Também fiz algumas constatações do tipo: Efetivamente acredito que na vida só podemos estar feliz ou não feliz, e o segundo caso é o mais constante, mas isso não significa que não seja tão bom quando o primeiro. Tudo é uma questão de perspectiva. Outra constatação: Eu tenho medo, e com medo ajo feito uma cretina, porque tenho medo. Maldito círculo vicioso! Última constatação: Eu AMO! Mesmo sem alguém pra amar eu amo, esse é o meu oxigênio, por isso é impossível deixar de amar.

Eu podia falar mais e mais, mas agora tenho sono. :-) Então, pra terminar vamos à trilha sonora de quinta.

domingo, 21 de novembro de 2010

Me, myself and I

As manhãs de domingo aqui no Rio de Janeiro são sempre iguais pra mim. Os dias passam, o tempo muda, as vezes chove, as vezes faz sol, mas o murmurinho da rua é sempre o mesmo. Uns dias esse murmurinho me incomoda e eu acabo levantando cedo, como hoje. Na verdade eu não sei se foi o murmurinho ou a vontade de acordar mesmo, eu só sei que tinha vontade de escrever sobre algo assim que abri os olhos esta manhã.

Algum tempo atrás eu me preocupei em achar uma resposta para a pergunta: Quem é você? Hoje relendo o que escrevi aqui no blog eu penso "Puuutz, quanta besteira!", mas acho que isso faz parte do aprendizado da vida. E uma das coisas que eu aprendi é que, nos momentos em que você não está em paz consigo mesma a pior coisa que se pode fazer é tentar responder perguntas sem respostas. Talvez seja preciso uma vida inteira de aprendizado para responder a tal pergunta, mas o que eu acho mesmo é que se houver uma resposta, a resposta é só minha e de mais ninguém. Afinal, quem quer receber um rótulo?

E esse é outro tema que eu gostaria de comentar. Hoje em dia tudo precisa de um rótulo com o maior número de informações possíveis. Eu não estou falando somente das coisas que consumimos, estou falando de gente também. Todo mundo deve se encaixar numa categoria, e por via de regra essa categoria te classifica de acordo com um senso comum que me impressiona mais e mais a cada dia. As roupas que você usa, a sua sua sexualidade, o seu trabalho, os seus hábitos alimentares, o seu corpo, os seus vícios,... enfim, tudo aquilo que é externo te classifica antes de qualquer outra coisa.

Quando se vive no Rio de Janeiro você tem que aprender a lidar com esse tipo de coisa. Aqui mais do que em qualquer outro lugar, eu senti uma ansiedade maior em precisar se rotular. Daí, você tem três opções: Muda e se classifica na categoria mais cool que você achar, não muda absolutamente nada na filosofia do "eu sou mais eu", ou procura aprender algo dessa experiência antropológica. Cada uma dessas opções tem seus prós e contras, e eu acho que não existe uma escolha certa, pra mim todas elas são certas, tudo depende daquilo que você considera mais importante, ou daquilo que te faz feliz. Independente da persona que você decida incorporar, somente uma coisa deve permanecer imutável, seja verdadeiro consigo mesmo. Eu acredito que as vezes é preciso interpretar um papel (há quem diga que não), desde que a representação seja limitada a um público específico em momentos específicos eu acho que isso não faz tanto mal. O importante é nunca se deixar perder no mundo dessa persona

Eu já tentei ser outrem, não deu certo, vivia em conflito comigo mesma. Por curiosidade tentei ser eu mesma, descobri que assusto as pessoas. Agora, eu ajusto. Vou dosando entre aquilo que sou e aquilo que preciso ser em determinados momentos. Parece funcionar. Mas o mais importante é que aqui dentro da minha cabeça eu fico somente comigo mesma, me me me! Percebi que acabei desviando um pouco daquilo que queria falar, mas como o objetivo disso aqui é antes de mais nada fazer pensar (e acessoriamente preservar a minha sanidade), acho que o que escrevi deu conta do recado. Para quem não entendeu o sentido do post, sinto muito, mas é isso aí mesmo. Meu novo lema é: Fodam-se as entrelinhas!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O fim do mundo

Naquela manhã ao invés de vestir o vestido azul que estava passado e pendurado atras da porta, ela vestiu o jeans sujo que estava jogado no chão e uma camiseta branca amarrotada que a sua mão pescou ao acaso na prateleira do guarda roupa. Ela podia ter alisado o cabelo, feito a maquiagem, colocado os melhores brincos, os sapatos perfeitos e por fim passado uma borrifada de perfume, mas ao invés disso ela só calçou os All Star e saiu correndo pela porta enquanto penteava os cabelos com os dedos. Mesmo sem estar atrasada ela tinha presa, estava ansiosa por alguma razão, por isso apertava impacientemente o botão para chamar o elevador. "Até que enfim!", ela disse quando o elevador chegou. Ela apertou o botão da garagem e se encostou na parede do elevador. Então, assustada percebeu o seu reflexo no espelho. "Eu podia ter colocado o vestido e ter me arrumado mais." ela pensou, mas após contemplar-se por mais alguns segundos no espelho ela disse "Não ia fazer diferença". A porta abre e ela anda apressada até o carro. Bip bip. Chave na ignição, cinto de segurança e mais uma olhada no espelho retrovisor, "Esse cabelo está horrível" ela pensa. Enquanto dirigia ela ficava pensando no vestido, nos sapatos perfeitos e no perfume em cima da pia. "Eu podia pelo menos ter passado uma borrifada de perfume", pensou. Liga o rádio. Desliga o rádio. Olha para o celular. Se irrita com os sinais e com o trânsito matinal. "Vamos lá, sorria!", ela diz a si mesma enquanto confere novamente o estado do cabelo no espelho retrovisor.

- Bom dia!
- Bom dia! Tudo bem? Chegou cedo. Você parece bem animada hoje...
- Tudo bem! Animada? Não sei sobre o que você esta falando. - Ela sorri maliciosamente e senta na mesa de trabalho. - Então, o que temos hoje? O que é mais urgente? Já ligou pra gerência? Onde está o mensageiro?
- Você está bonita hoje. - Ele falou com ternura, mas tinha um ar de zombaria no olhar. - Temos uma pilha de revisões pra fazer, essa que por acaso está a sua esquerda. Quanto a urgência, tudo é relativo, se o mundo for acabar hoje nada é urgente, mas caso contrário eu diria que são as cinco primeiras pastas da pilha. Não, eu não liguei para a gerência. E o mensageiro ainda não chegou, você chegou meia hora antes do horário, como sempre.
- O.k., quem dera o mundo estivesse acabando, heim?
- Quem dera! Se ele estivesse acabando eu te convidaria para passear no litoral, depois comeríamos naquele restaurante que você adora, e no fim ficaríamos sentados numa praia esperando pelo fim do mundo tranquilamente. Quem sabe se eu ligar o rádio agora eles estejam anunciando o fim do mundo, o que você acha? Seria um bom plano para o último dia de nossas vidas na terra?
- Claro que sim! Se o mundo estiver acabando eu estou dentro!

Ele liga o rádio. Um emaranhado de sons interrompidos de estática, vozes e música enquanto troca as estações. "Interrompemos essa transmissão para informar..."

P.S.: O que significa? Sei lá! Apenas uma aleatoriedade que estava empacada nas postagens já faz algum tempo. Eu não me sinto muito criativa hoje, mas de alguma forma queria publicar alguma coisa. Eu queria mesmo era agradecer a todas as pessoas que visitaram o blog nessa última semana, que aliás foi a semana de mais movimento por aqui, e principalmente agradecer aquelas pessoas que vieram comentar o último post. Obrigada a todos, obrigada por todas as conversas, obrigada por se importarem. Bom fim de semana! Um abraço apertado em todos!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Atendendo a pedidos

Coisa louca esse tempo, né? Num dia faz sol e calor infernal, e no outro chove e faz frio. E ainda mais no Rio de Janeiro! Loucura... Começo de conversa bem meia boca, eu sei... mas é verdade, e é graças a esse tempo louco que fiquei doente, e por isso tenho tempo de ficar na cama pensando num monte de coisas que venho negligenciando. E qual é a negligência? Bem, isso é difícil de explicar, mas posso dizer que evitei pensar em certas coisas por um tempo, assim ficava mais fácil passar pelos dias. Todo mundo faz isso, se engaja em alguma atividade só pra poder parar de pensar naquilo que mais perturba. O problema é que cedo ou tarde alguma coisa te faz lembrar daqueles pensamentos, daí temos duas escolhas, confrontá-los ou tomar novas medidas paliativas para esquecê-los.

Dessa vez foi um poema do Drummond e uma frase que ouvi que me fizeram despertar. Vamos começar pela frase, que é a seguinte: Com o tempo vamos criando defesas como uma fortaleza, assim nada de ruim consegue nos atingir, mas como consequência nos fechamos para as coisas boas também. Mas a pior parte de viver nessa fortaleza é que os fantasmas que nos atormentavam antes não conseguem sair. A única maneira de mandar os fantasmas embora é derrubar os muros, mas daí temos que correr o risco de novamente deixar o mundo entrar. A metáfora é bem clara, mas eu nunca tinha pensado na última parte. Que se fechar por medo de sofrer também impede as pessoas de aproveitarem as coisas boas da vida, isso não é nenhuma novidade, eu tenho uma vida inteira de experiência nesse campo, mas a parte de que "os fantasmas" que já estava com você também não conseguem desaparecer, eu nunca havia me dado conta disso. Não é nenhuma epifania, é apenas um ato de consciência de algo muito óbvio, mas que não era tão fácil de enxergar ou de admitir.

Agora vamos a poesia do Carlos Drummond de Andrade:

A hora do cansaço
1984 - CORPO

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nós cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gosto acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Sempre me surpreendo lendo Poesia. Num dia ela é apenas uma composição poética, num outro essas poucas palavras despertam alguma coisa pedida dentro de nós. O mais surpreendente da Poesia é que ela desperta diferentes sensações dependendo de quem a lê. Se para você A hora do cansaço não diz nada, tudo bem, vai dar uma volta e vive mais um pouco, deixa para ler o que eu vou escrever daqui pra frente um outro dia. Agora, se por acaso alguma coisa se acendeu aí dentro do seu peito, continue aqui comigo. 




































Pense bem antes de continuar.
(Por favor, tente ver isso como uma boa experiência.)









































Pensou? Tem certeza? Mesmo?
(Não tenho a intensão de ser melancólica. Por isso, sorria!)












































Bem, se você teve paciência de continuar até aqui é porque você quer realmente saber o que eu quero dizer. Ou não, talvez a poesia não tenha significado nada pra você, mas essa minha brincadeira pode ter te deixado com ainda mais curiosidade pra saber qual é o grande mistério, ou por pura teimosia você resolveu continuar. Além do mais, ninguém vai saber que você leu. Certo? Que mal faz saber significado que essa poesia tem pra mim? Eu diria que não faz mal nenhum, quase nenhum. Afinal de contas, as interpretações de poesias são pessoais, e se identificar com o sentimento dos outros é algo difícil de se fazer, ter empatia pelos problemas dos outros é algo muito complexo, completamente arcaico hoje em dia. Quase ninguém tem vocação pra esse tipo de coisa, porque tem que ter vocação, sabe? Sabe, esse tal de altruísmo? Porque eu já vou avisando... uma coisa leva a outra. Você corre o risco de ter que pensar no que eu penso, ou de sentir as coisas do jeito que eu sinto, uma merda... Ou não, você também pode continuar não sentindo absolutamente nada, e daí fica tudo numa boa. O risco existe, e ele é todo seu. Bem, chega de enrolação. Então, vamos lá?

Então, antes de mais nada, preciso fazer mais um adendo com relação aquela frase lá do início da mensagem. E também pedir desculpas, porque não tenho a menor intensão de falar sobre a poesia aqui. O propósito deste post é exatamente tentar "quebrar os muros". Tudo isso é um experimento para ver se eu consigo algum tipo de empatia, eu queria ver se eu consigo acender alguma faísca de sentimento nas pessoas. Eu queria saber se existe vida aí fora, mas eu não posso fazer tudo sozinha, não acho justo. Eu estou abrindo uma brecha, mas isso não depende só de mim. Se existe alguém aí fora que queira, que precise falar, sobre o significado daquela poesia, ou não só sobre ela, eu estou aqui pronta pra falar. Não existe ato maior de altruísmo do que libertar alguém, mesmo que seja com as palavras que essa pessoa precisa ouvir (e nem sempre quer ouvir).

P.S.: Eu desabilitei os comentários das postagens do blog, porque percebi que o objetivo dele não era receber comentários, mas sim despertar alguma coisa nas pessoas. Comentários são efêmeros demais para corresponder aos meus objetivos.  Em caso de alguma coisa realmente despertar em você, então entre em contato da maneira que quiser, pode ser e-mail, msn, telefone, ou pode bater aqui na porta de casa mesmo, sinta-se a vontade. Caso nada desperte em você, ou você não quiser entrar em contato, então eu vou saber, ou interpretar à minha maneira o que você pensa, ou talvez sente.

P.P.S.: Antes que comecem as suposições. Não, esse post não é endereçado a ninguém específico. Eu acordei febril, doente, cansada, e pensei que está na hora de sair da fortaleza. Pode ser um delírio, ou um ato desesperado de tentar colocar os pingos dos devidos i's. Na verdade, eu percebi que no fim, nada de bom eu consegui aqui dentro da minha fortaleza, eu só me escondi de tudo. E quem sabe existam outras pessoas tão infelizes quanto eu em suas próprias fortalezas, que estão esperando por alguém só pra conversar, ou quem sabe pra tentar resgatá-las de lá.