quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A saga da chegada em Paris

Chegamos a Paris! Agora é só alegria! Calma, nem tanto, mais pra sim que pra não, mas vamos devagar. Temos muita coisa para contar: o avião vindo para Paris, a chegada, a viagem de RER, a correspondência para o metrô, a busca pela rua do prédio da nossa nova casa e enfim a acomodação no Studio. Vamos começar do fim. Pode parecer confuso, mas eu estou confusa e tomo remédios que não ajudam muito. Nunca me contrariem! E depois, para quem tiver paciência de ler até o fim, você vai ver que essa história é, no mínimo, um começo interessante da nossa vida em Paris.

O fim da jornada foi quando arrumamos todas as coisas no guarda-roupa, mas essa foi a parte mamão com açúcar. Antes tivemos um teste de resistência física e psicológica subindo os seis andares de escada com nossas malas mega pesadas (eram quatro delas!!!!). Quando chegamos na base da belíssima escadaria de madeira cor de ouro antiga estávamos empolgadas, mas no topo mal respirávamos e nossos rostos pareciam pimentões.

Antes do fim... Sair do metrô. Sair de um metrô em Paris sempre envolverá uma escada, que obviamente é uma subida. Eu fui abençoada pois um francês (Foférrimo! Foférrimo, segundo a Ju é pouco!) me ajudou a subir com as malas na escada, enquanto a Ju já estava no topo. As duas no topo a Ju disse que era a direita, mas ele automaticamente virou a esquerda e se mandou.

Nos perdemos. Abrimos a mala, pegamos o mapa e em seguida duas senhoras (muito velhinhas, mesmo!) nos ofereceram ajuda com um olhar de piedade. Nos localizamos. Na correria no calçadão um senhor sentado num dos bancos gritou em francês "Vocês estão de férias?" e a resposta foi um "Oui!" gritado no meio da rua. Enfim, o prédio! Nos deslumbramos com a imensa porta azul antiga de um prédio charmozérrimo, a Ju digitou o código de entrada e entramos. O hall é lindo, tem espelhos e um piso antiguérrimo e depois dele se encontra a escadaria (vocês já sabem como foi...).

No Aeroporto Charles de Gaulle: a saga para comprar o bilhete de metrô. Depois de duas tentativas frustradas, por cada uma, de comprar os bilhetes com cartão numa das máquinas, a Ju foi trocar uma nota de dinheiro por moedas. Enquanto isso fiquei observando o movimento e percebi que havia um funcionário orientando a usar as máquinas verdes e não as azuis (havíamos tentado numa azul...). Tudo certo e bilhetes na mão. Problemas com estação, RER atrasada e estação lotada. Vários avisos de atraso e nada do trem. Cansaço, fome e com tudo isso só nos resta cantar: 

Soft kitty, warm kitty, little ball of fur, happy kitty,sleepy kitty, purr purr purr.

O RER chega, a boiada é solta, as malas voam como foguetes, mas conseguimos nos acomodar num canto estratégico. Informação importantíssima, desde que embarcamos no Rio tentávamos falar em francês, mesmo errando, pois queríamos tirar a poeira do francês (fluência, oralidade, biquinho,... pode escolher). Antes e durante a viagem de RER várias pessoas nos pediram informações e dentro do RER uma mulher nos pediu informação e perguntou a quanto tempo morávamos em Paris... o ego inflou tanto que se não fossem as bagagens pesadas nós sairíamos voando. Enfim, depois veio o metrô, onde não temos mais nada a declarar a não ser o meu francês foférrimo.

Dentro do avião vimos filminhos, tagarelamos em francês, oferecemos sorrisos para os atendentes (aeromoços?) e todo o voo foi tranquilo. Em nossa fila de assentos havia uma garota sentada na janela que quase não falou com a gente durante  o voo, o pouco que falou foi num francês arranhado misturado com inglês. Quando aterrissamos em Paris ela se surpreendeu por nós sermos brasileiras, disse que parecia que a gente falava francês muito bem e pediu umas informações. Nós enchemos ela de dicas e informações úteis. Enfim, não estamos nos gabando, mas daqui a pouco vocês vão ver o porquê dessa Saga ter sido tão singular. 

Saindo do avião... Fomos informadas que haveria uma conferência de passaportes logo na saída do avião, sendo assim, preparamos o passaporte e a passagem e esperamos na fila. Eis que ao longe, a garota que estava na nossa fila deu um tchau à la Kate Bush (se você não sabe depois eu explico). Juliana foi atendida de um lado e eu do outro. Depois que fomos liberadas, um segundo antes de pegarmos a esteira, um funcionário da imigração nos chamou e perguntou se estávamos juntas. Ele pegou os passaportes e nós falávamos em francês. É aqui que começa putaria... Ele elogiou nossa pronúncia, perguntou quanto tempo estudamos francês, quanto tempo moramos aqui, etc... Enfim, foi um papo que não sabíamos se ele estavam dando uma contata ou se estava verificando se, por acaso, estávamos envolvidas com tráfico de drogas... huahuahuahua 

FIN

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