sábado, 23 de outubro de 2010

Prelúdio

Ela cambaleia pela noite,
banhando-se na luz brilhante.
Ela rodopia, paira, plana
sobre o vazio infinito.

A inocente criatura dança
relevando sua doçura.
Ela salta, balança, brinca
sob o brilho prateado.

Oh, doce luz inebriante
banhando o seu ser.
Deixe-a desfalecer
em seus braços etéreos.

Embebendo-se no fulgor
do sonho, da luz, da brisa.
Ela se perde na escuridão.
Seus olhos estão velados.
 
Arrastada pela terna ilusão,
de olhos fechados sonha,
deseja, acredita, lança-se
no abismo incerto.

Oh, coração de pedra!
Deixaste-a perder-se
nas mentiras da tua ilusão,
nos abismo dos teus braços.

Ela cai indefesa nas trevas.
Ela perde-se mais e mais,
agora nos devaneios da culpa.
Será a dança? A entrega?

Ela cambaleia pela noite
apoiando-se em braços,
inebriando-se em ilusões,
jogando-se em abismos.

Os olhos antes velados
agora estão enegrecidos.
Eles são como vórtices
da tua perdição.

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