domingo, 13 de junho de 2010

Ensaio sobre a felicidade III

Enfim, este é o ensaio final. Não será o último ensaio sobre a felicidade, obviamente... mas é o fim da lamentação. Há algo que eu tenho que admitir, eu esqueço as minhas dores facilmente. Isso não quer dizer que eu as supero, mas sim que eu consigo fazê-las dormir por mais algum tempo... Há quem diga que isso não é bom, porque quando acordarem elas estarão maiores e mais famintas. Mas existem dores para serem esquecidas, e dores para serem amadas.

Engraçado como coisas simples podem te fazer feliz. Como essas coisas simples te ajudam a preencher um vazio causado pela dor. No instante em que o meu avião deixou Florianópolis nesta última sexta, eu senti o peito doer como se estivessem rasgando algo dentro de mim. As lágrimas começaram a cair... Eu me senti vazia... Meia hora depois eu estava feliz! Tente me imaginar com o rosto grudado na janela do avião com as mãos em conchinha para evitar a claridade. Lá nas alturas as nuvens cobriam o chão e o céu estava cravejado de estrelas. Tantas estrelas! Como eu nunca havia visto! Eu não as conheço pelo nome... não entendo do céu... mas fiquei 40 minutos as olhando. E pela primeira vez o Rio de Janeiro pareceu o melhor lugar do mundo! E eu senti que voltava pra casa...

Deixei um pedaço de mim em Florianópolis. Ele se separou de mim no instante que o avião deixou o solo. Acho que é impossível abandonar certos sentimentos... certas dores... por isso eu os deixo adormecer. Adormecidos, mas não ausentes. Como sempre confusa. Me sinto desiludida. Amada. Triste. Feliz!

Nenhum comentário: