terça-feira, 29 de junho de 2010

F.P.N.

Eu li uma matéria da Martha Medeiros na Revista O Globo já faz alguns meses. A matéria falava sobre ser feliz por nada, e eu já falei sobre isso aqui num outro post. A Martha (quase minha comadre... adoro as matérias dela) diz que "... as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada". Eu particularmente não gosto de metas, ficar vivendo para cumprir metas, ou viver inventando metas pra dar algum sentido a vida... Mas admito que em alguns momentos precisamos de uma boa cenoura na frente dos olhos para nos fazer querer continuar caminhando, chamamos isso de terapia do cavalo, mas nem só de cenouras vive um cavalo...

Dizem que ficar feliz por um novo relacionamento, ou uma promoção no trabalho, ou por estar com as dívidas pagas, ter uma cama quentinha pra dormir a noite, ter uma viagem programada pra daqui umas semanas, ou simplesmente por não ter magoado ninguém hoje, ou porque você recebeu elogios... tudo isso é ser feliz por muito! E pensando bem... é muito mesmo...

Eu viajo daqui a duas semanas, na verdade, menos de duas semanas. Estou empolgada, super feliz, mas ao mesmo tempo consciente de que é uma felicidade passageira, algo de que vou me lembrar sempre e que vai mudar minha perspectiva da vida, mas que não vai me garantir um estoque ilimitado de felicidade para o resto do ano, ou para o resto da vida. Consciência e perspectiva, ter isso é ser feliz. Ter clareza de pensamentos para relativizar as coisas ruins, e as boas também. E além disso, ser feliz é não pensar demais em si mesmo, como diz a própria Martha: "Benditos os que conseguem se deixar em paz... que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem."

Eu ainda não atingi um grau elevado de clareza e consciência, mas sinto que ele se eleva a cada dia. Da última vez que li a matéria comecei a refletir sobre a minha vida e sobre aquilo que me fazia feliz. Aos poucos, com uma ajudinha dos amigos, a reflexão foi intensificada. Aos poucos, bem aos poucos, eu fui compreendendo algumas coisas, e também resolvi parar de tentar compreender outras. Hoje a perspectiva já é diferente daquela que tive a alguns meses atrás. Me sinto feliz por poder mudar algumas perspectivas! Algumas mudam, outras não... Ainda bem que opinião não é algo imutável.

Chega de autoconhecimento! Imperfeita, é isso que eu sou, e com muito orgulho! E daqui pra frente vamos falar de Paris, Londres e Madri. A partir do mês de Julho irei falar somente da minha viagem, dos preparativos, das burocracias, dos lugares que visitarei, das histórias, das alegrias e também das tristezas encontradas pelo caminho. Vou fazer esse feliz parênteses da minha existência. E desejo a todos que sejam felizes por nada!!!

Couple and bouquet above the city - Marc Chagall

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